Caroline Vitorino
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Effie Defrin, afirmou nessa quinta-feira (12) que o Irã está mais próximo do que nunca de adquirir uma arma nuclear. A declaração foi feita após Israel lançar um bombardeio sobre território iraniano, classificado pelos militares israelenses como uma “ação preventiva”.
“Durante anos, o regime iraniano tem defendido a destruição do Estado de Israel, avançando com planos militares concretos para isso. Nos últimos meses, nossa inteligência indicou que o Irã está perigosamente perto de obter uma arma nuclear”, declarou Defrin.
Segundo o porta-voz, Israel agiu diante de uma ameaça iminente e existencial. “Não temos escolha. Estamos operando pelo nosso direito de existir, pelo futuro do nosso povo e de nossos filhos. Não podemos permitir que o regime iraniano obtenha uma arma nuclear, que representaria perigo não apenas para Israel, mas para o mundo inteiro”, afirmou.
Alvos nucleares atingidos
Em comunicado oficial, as FDI confirmaram que os bombardeios atingiram dezenas de alvos militares, incluindo instalações nucleares espalhadas por diferentes regiões do Irã. “Em pouco tempo, dezenas de jatos concluíram a primeira etapa da operação, que incluiu ataques coordenados a infraestruturas nucleares”, diz a nota.
Até o momento, a mídia estatal iraniana confirmou apenas explosões na capital Teerã. As autoridades iranianas ainda não detalharam os danos causados.
As FDI também sinalizaram que essa ofensiva pode ser apenas o início de uma campanha mais ampla contra o Irã no Oriente Médio.
Contexto e escalada das tensões
Nos últimos meses, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, endureceu o discurso contra o regime dos aiatolás, com ameaças frequentes voltadas ao programa nuclear iraniano, que Tel Aviv considera uma ameaça existencial.
Em abril, uma operação militar semelhante chegou a ser abortada após o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se posicionar contra a iniciativa.
O ataque desta quinta ocorre poucos dias antes de uma nova rodada de negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos, marcada para o próximo domingo (15/6), em Omã. Diante do ime diplomático e da falta de avanços nas conversas, a possibilidade de uma ofensiva militar por parte de Israel já era cogitada caso Teerã não aceitasse os termos do acordo.
Após a ação, Israel decretou estado de emergência e fechou seu espaço aéreo, temendo uma possível retaliação iraniana. O governo de Teerã já havia sinalizado que responderia com força a qualquer violação de seu território — incluindo alvos israelenses e bases americanas na região.
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